CRÍTICAS DOS ESQUETES - 8º FESQ - "Phillip Glass Compra Pão"


PHILLIP GLASS COMPRA PÃO
Grupo: Nós em Meio ao Caos – Rio das Ostras
Autor – David Yves
Direção – Ritcheli Santana
Elenco: Giul Ferreira, Marcela Jorge, Henrique Haddefinir, Lorenzo Prucoli e Ritcheli Santana

Não é surpresa que a aparentemente pacata Rio das Ostras tenha um grupo com tal nível de desenvolvimento técnico. Uma cidade que tem um festival nacional de teatro, um festival internacional de Blues e uma escola de teatro, certamente, está investindo na formação de jovens e atraindo fortes referências para seu território. Sendo assim, obviamente, não nos surpreende depararmos com um trabalho da magnitude deste “Phillip Glass Compra Pão”.
Este grupo é singular e inclassificável, prefiro fechar com a visão do mestre Facury que, em estado de êxtase se aproximou e disse: “Essa galera acabou de fazer pós-teatro” e parece que o público gostou.
Fiquei impactado com a tremenda criatividade e o nível de elaboração a que o trabalho chegou, apresentando um resultado bem acabado, enxuto e com um foco no ritmo cadenciado e diversificado. Um trabalho coreografado e rico em musicalidade e que pode ser apreendido até de olhos fechados.
O Grupo “Nós em Meio ao Caos” investiu na dramaturgia de David Ives, autor estadunidense nascido em 1950 e considerado um dos mestres da comédia contemporânea. Logo, um bom texto acompanhado de uma encenação segura e inventiva além de um elenco entrosado e bem ensaiado só podia mesmo dar no que deu; ser ovacionado pelo público que ficou feliz com a proposta.
O esquete “Phillip Glass Compra Pão”  teve como base a estética do também estadunidense Phillip Glass, que dá nome ao texto. Nascido em 1937 na cidade de Baltimore, ele estudou flauta e é considerado um dos pais do movimento minimalista. Seu trabalho ficou conhecido no Brasil, no início dos anos 80 e, atualmente, virou Cult, apreciado por pessoas que gostam de música, dança, cinema e teatro.
A peça teve seu ponto focal na excelência do elenco que, bem ensaiado, manteve-se presente do começo ao fim do espetáculo além de ótimo figurino e um cenário eficiente. A expressão corporal e vocal também colocou o trabalho em evidência.

(Jiddu Saldanha)

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